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31/12/2010

POESIA: Em Círculos

Non Omnis Moriar

Todos os lugares estão ocupados
nesse espetáculo ridículo chamado existência.
A única coisa que me mantém vivo
é a esperança de reviver o que passou...
Ouvir o doce som do silencio
Sentir o doce gosto dos lábios...
Beijos de outrora - recentes -
como se fossem o sopro divino da vida
acendendo a chama fraca e cansada
dos sentimentos soterrados pela desilusão.


Tudo que há em mim está fragmentado
e cada pedaço voa como areia ao vento
vento qual tufão, girando, girando,
girando e retornando ao local de origem
da dor e do cético sentimento de saber
que não há o que sentir realmente; friamente
busco enxergar com outros olhos...
Busco mergulhar em outros olhos...
Então encontro a unificação de meus fragmentos
que juntos tem forma de abismo aos moldes do coração
dentro das profundezas de seu olhar...


Novamente volto a cometer o erro,
e errando encontro novamente paz
em meio às ruínas de sonhos
feitos de sangue e dúvidas.
Todos os lugares estão ocupados...
E continuo a insistir em viver buscando refugio
desse show caótico e vão.
Esquecendo de tudo, ignorando tudo
e vivendo de amar sabendo que o amor não existe;
vivendo na sombra dos sonhos sabendo que é tudo mentira;
esperando pela luz radiante de sua presença,
de sua companhia em um mundo onde não há lugar
nem para mim, nem para você...


Preciso de você sem precisar.
Sonho com você em vão.
Preciso existir e para isso tenho que esquecer que existo.
E só esqueço quando você me lança em meu abismo...
Abismo falso em forma de coração...


Perco-me ao me encontrar em ti
Me encontro ao me perder entre sentimentos.
Não sei o que faz de mim assim... Não sei o que escrevo ou penso...
Só sei que te amo... Sem saber o que é Amar.

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