16/07/2012
ENTREVISTA: Achilles (Brasil)
Achilles, banda mineira de Conselheiro Lafaiete, formada em 2005 por um grupo de amigos que queriam tocar o que eles gostavam de ouvir, o Heavy Metal. A banda surpreende não só pelo seu som, mas, pela voz potente da vocalista, Érica.
Hoje temos aqui, em entrevista exclusiva, Achilles, uma das bandas que estarão se apresentando no Heavy Fest em Conselheiro Lafaiete, no dia 21 de Julho. Para responder nossas perguntas Érica.
Hoje temos aqui, em entrevista exclusiva, Achilles, uma das bandas que estarão se apresentando no Heavy Fest em Conselheiro Lafaiete, no dia 21 de Julho. Para responder nossas perguntas Érica.
EC: Como surgiu o nome da banda?
Érica - Bem, no começo, é sempre difícil encontrar um nome: seja para o filho, seja para um personagem de RPG, seja para uma banda. Assim, os integrantes de então, na época a banda contava com o Chris Amaral e o Rafa Chaves nas guitarras e com Esvaber Cunha no baixo, decidiram que o nome deveria ser consenso. Surgiram várias sugestões, mas com relação a nenhuma havia acordo entre todos. Até que um dia, ao chegar para o ensaio, Sandinho (bt) e eu, que somos casados e temos um filho, fomos surpreendidos com a sugestão dos meninos de que a banda tivesse o nome do nosso filho Achilles. Claro que não nos opusemos – o nome do nosso filho já foi escolhido devido às suas óbvias relações com a mitologia grega e com a música – daí, ficou.
EC: Érica você esta na banda desde a formação, houve alterações nos membros desde então, isso mudou algo no som da banda ?
Érica - A banda sofreu por várias mudanças – depois dos membros originais já mencionados, ainda já estiveram conosco na guitarra, Diogo Avelar e Luciano Marcenes e no baixo o Marlon Novais e o Richardson Pôia. A última formação além do Nilson Lima e do Mário Barros ainda contava com o Ícaro Honori, que acabou saindo – daí ficamos nós quatro: eu, Sandinho(bt), Nilsão(gt) e Mário(bx). Com certeza todas estas mudanças influenciaram no som. Em primeiro lugar porque a escolha de músicas a serem tocadas sempre foi muito democrática – desde que seja Heavy Metal tradicional, cada integrante escolhe qual música prefere para que todos toquem. Assim, o gosto pessoal e as influências de cada um já transformaram o repertório várias vezes. Mas sempre mantivemos o estilo, que gostamos e o motivo da banda existir, que é o Heavy Metal.
EC: Quais são as bandas que influenciaram e influenciam a banda?
Érica - Impossível não mencionar o Black Sabbath – grande parte do nosso repertório gira em torno das músicas deles. Na verdade, da tríade formadora desse som que convencionamos chamar Heavy Metal – Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. Quando sentamos para compor ou mesmo fazer improvisações para melhorar o entrosamento, isso é facilmente perceptível. Individualmente, cada um de nós tem suas influências. O Sandinho se inspira muito nas baterias de Bill Ward e John Bonham – tem até gente que fala que ele é o Bill Ward de Lafaiete (risos). O Nilson Lima tem suas influências mais cravadas em sons como Dream Theater, Malmsteen, Helloween e o próprio Deep Purple – além, é claro, de músicos brasileiros como Rafael Bittencourt (Angra), Kiko Loureiro, Eduardo Ardanuy e Khykho (Cartoon). Não é a toa que ele é tão perfeccionista para tocar. Já o Mário tem profunda admiração pelo Led e pelo Sabbath, sempre elogia o Geezer Butler e sua maneira de tocar. Ele também considera o Steve Harris como uma grande influência. Quanto a mim, sou inegavelmente influenciada pelo Dio e por um vocalista brasileiro, belorizontino, na verdade, o Pedro Bozó que, nos anos 80, era vocal da excelente banda Overdose.
EC: Como vocês selecionam as músicas que irão tocar?
Érica - A gente sempre faz uma avaliação do perfil do público esperado para selecionar as músicas que levaremos e temos sempre em mente que um show tem que começar forte e terminar forte.
EC: Como única mulher da banda, e sendo vocalista em uma banda de heavy metal, como você vê a reação das pessoas?
Érica - É muito engraçado, especialmente quando é a primeira vez que tocamos em um lugar. A expectativa das pessoas é sempre diferente – é perceptível que elas esperam sempre algo na linha Nightwish ou coisa que o valha (um tipo de vocal pelo qual não tenho nenhuma afinidade). Mas isso não acontece só com o público – acontece com a equipe de apoio dos eventos também. Já aconteceu de eu estar me concentrando no camarim antes do show e de segurança me interpelar, querendo me tirar do camarim afirmando que o mesmo era apenas para ser usado por integrantes da banda – no dia eu custei a convencer o cara (risos). Na hora dos shows, quando é a primeira vez, dá para sentir estranhamento no ar. Headbangers são pessoas muito tradicionais com relação ao som então chega lá uma banda com uma mulher falando que canta AC/DC, Deep Purple, Led, o povo fica meio com o pé atrás. Até o Nilson Lima, antes de ser integrante da banda, foi a um show nosso porque pensou “não pode, mulher cantando isso!” – mas ele mesmo conta para tal fato e fala que ficou de cara – tanto que hoje, toca com a gente (risos). Então, quando o pessoal escuta que a gente leva o som com muita seriedade, nós conseguimos conquistar alguns ouvidos... Depois dos shows sempre sentimos uma repercussão boa, o que eu tenho a impressão de que seja um bom sinal (risos).
EC: Sei que vocês ja compuseram uma música e estão compondo outras. Em que vocês se inspiram para escrever suas músicas?
Érica - Em tudo que recebe o nome de Heavy Metal tradicional – sempre com baixos fortes e baterias marcantes, como é comum no estilo. Quanto à guitarra, com solos característicos, enfim, Metal – que é o que gostamos. Nos inspiramos em nossas bandas favoritas, em histórias míticas, especialmente gregas, em filmes e contos de terror e por aí vai.
EC: Já tive oportunidade de ouvir vocês tocarem em vários festivais em Lafaiete e ano passado no VMF aqui em Viçosa e a galera sempre animava e cantava junto. Qual a expectativa para esse fest?
As nossas expectativas para tocar em mais um festival do Sabazinho são, como sempre, excelentes. Ele é um produtor impecável, dos melhores do underground mineiro. O som supera nossas projeções – nos festivais organizados por ele é sempre assim. Com relação ao público, tocar em Lafaiete é sempre especial para nós. Nem eu nem Sandinho somos daqui, mas os outros meninos são e a banda ensaia aqui, então, a banda é lafaietense – mesmo Sandinho e eu já adotamos a cidade. E é legal perceber que a cidade também nos adotou e à nossa banda: nossos shows em Lafaiete têm excelente recepção do público e sentimos isso antes, durante e depois de cada apresentação. Adoramos tocar aqui!
EC: Desde já agradecemos a atenção, deixe um recado para os fãs que estão lendo e que estarão indo pro Heavy Fest para ouvir a banda.
Nós gostaríamos de agradecer ao Elegia e Canto pelo convite e pela divulgação. E para as pessoas que curtem nosso som, valeu demais! Vamos detonar em mais um Heavy Fest! Como diz o Nilsão: “o pau vai quebrar!”
Página no facebook: www.facebook.com/BandaAchillesMetal
Perfil: www.facebook.com/banda.achilles
Em breve fotos e vídeos da banda Achilles no Heavy Fest aqui no Elegia e Canto, enquanto isso curtam o vídeo banda gravado no VMF 2011