12/09/2016
ENTREVISTA: Zargof (Belo Horizonte-MG)
A banda entrevistada de hoje é de Belo Horizonte, MG,
e devo dizer que foi uma grata surpresa poder conhecer e ouvir este som. ZARGOF foi formada em meados de 2003, e
sua proposta é mesclar diversos elementos musicais, a fim de
chegar-se à um som único e surpreendente. Atualmente, a banda conta com Lucas
Heleno (guitarra e vocal), Chris Vale (baixo), Manfredo Savassi (bateria), Vitor
Horta (guitarra e vocais) e Felipe Del Giúdice (teclado e sintetizadores). Conseguimos
uma exclusiva com a banda e, quem nos responde nesta entrevista é Lucas Heleno,
vocalista, guitarrista e fundador da banda.
E.C.: Primeiramente, queria dizer que achei
genial a logo da banda, que apesar de simples, transmite muita essência, e
queria começar pedindo para que falem um pouco sobre a criação do nome e da
logo, as influências, de quem foi a ideia...
Zargof: Muito obrigado! Como sempre fomos adeptos de fazer
as mais diferentes etapas da arte que envolve a música, sempre fizemos também a
nossa própria arte gráfica. Esse logotipo foi ideia de nosso ex-baterista, Igor
Almeida, é o segundo logo que adotamos,
envolve um pouco de caligrafia clássica estilo romana e o elemento do Sol evocando o elemento cósmico-astral que esteve sempre presente no nosso universo lírico.
envolve um pouco de caligrafia clássica estilo romana e o elemento do Sol evocando o elemento cósmico-astral que esteve sempre presente no nosso universo lírico.
E.C.: Alguns sites
especializados em metal (tomo por exemplo o Metal Archives, Wilchild, Whiplash,
entre outros), consideram Zargof uma banda de Symphonic Black Metal e Metal
Avantgard. Fale-nos um pouco sobre o conceito do som de Zargof.
Zargof:
Nossas influências são amplas e
diversificadas, e nós
tentamos colocar quase tudo que gostamos de tocar na nossa música. Cada membro tem uma escola musical própria. Death metal, Black metal, Doom metal, Ambient, Música clássica, Thrash metal, Rock progressivo, Música eletrônica, música folk. Tudo isto entra no nosso caldeirão musical. Logo achamos que tiramos um som com influências mas sem precedência. Acreditamos que estamos na vanguarda do metal por fazer isto. Por isto acho que Avantgard, que significa vanguarda, é uma boa denominação para o que fazemos. Nossa música é um espectro com várias frequências que vibram em distintas sintonias ao longo da mensagem que transmitimos através da música.
tentamos colocar quase tudo que gostamos de tocar na nossa música. Cada membro tem uma escola musical própria. Death metal, Black metal, Doom metal, Ambient, Música clássica, Thrash metal, Rock progressivo, Música eletrônica, música folk. Tudo isto entra no nosso caldeirão musical. Logo achamos que tiramos um som com influências mas sem precedência. Acreditamos que estamos na vanguarda do metal por fazer isto. Por isto acho que Avantgard, que significa vanguarda, é uma boa denominação para o que fazemos. Nossa música é um espectro com várias frequências que vibram em distintas sintonias ao longo da mensagem que transmitimos através da música.
E.C.: Quais bandas
mais influenciaram o conceito do som de Zargof?
Zargof: Realmente nossas
influências partem muito do metal escandinavo, mas não somente, cada membro da
banda tem uma escola distinta, e como eu disse, o que propomos a fazer é a
junção somatória de todas essas influências. Há um conceito musical sobre temas
muito usado em trilhas sonoras que absorvemos muito. Compositores como Howard
Shore e Hanz Zimmer, Vangelis, Brian Eno são referências disto. Nosso disco
trabalha muito com esse conceito usado em trilhas sonoras, absorvemos e
tentamos usar para criar uma ideia de imersão ao longo do disco. Dentro do
metal, podemos citar muitos nomes, é até difícil a tarefa, tanto do metal daqui,
quanto o de fora. Por mim, posso dizer que absorvo muita influência de bandas
escandinavas como Arcturus, Emperor, Borknagar, Summoning, Dimmu Borgir, Old
man’s Child, Windir, Wintersun, etc. Mas também tenho muito apreço pelas bandas
de Death metal e Thrash metal brasileiras, que são aquelas que tem maior
público por aqui. Ainda falando por mim, gosto muito de Rock Progressivo. Pink Floyd, Camel,
Emerson Lake & Palmer, Rush, Focus, Yes, Rick Wackeman, etc.
E.C.: Um detalhe que
achei interessante sobre suas músicas, é a mistura de elementos cósmicos, transcendência, pensamentos pessoais... qual a
visão de vocês exatamente sobre estes aspectos e por que abordá-los como
música?
Zargof: Abordar esta temática como música e letras é uma forma
de transmitir alguns insights nossos. A arte é a forma como transmitimos nossos
pensamentos abstratos, e nossa música é isso. Nossa arte tenta representar
algumas visões transcendentais sobre o universo e a realidade.
E.C.: Temos visto
um crescimento considerável de bandas de Black Metal (e vertentes) e mesmo outros estilos como folk, celtic, entre outros, aqui no Brasil;
porém, ainda me parece que tais estilos não tem tanta visibilidade/espaço em festivais e
eventos. Vocês enxergam desta maneira?
Zargof: Acredito que o público “normal” nunca vai absorver
bem elementos do metal como o vocal gutural e etc. Então se falarmos de massas
frequentando os shows acho muito difícil isso acontecer por aqui. Agora, se
falarmos de público específico, o metal tem um público considerável sim, apesar
de ser uma pequena porcentagem da população, ainda conseguimos manter algo
vivo. O público de massa no Brasil esteve sempre em uma outra vibração,
atualmente acredito que está no seu pior momento. Então vejo que a barreira que
existe é cultural mesmo.
E.C.: E o contato de
vocês com o público, estão tendo um retorno dentro da projeção esperada depois
destes anos?
Zargof: Acredito que sim, porque nosso foco nem é exatamente
ter um “retorno” ou ficar famoso e etc. Fazemos algo sincero sem esperar nada
em troca. Isso nos poupa de frustrações. Fazemos algo difícil e trabalhoso, mas
fazemos porque gostamos, e pra deixar uma obra feita. Acredito quanto mais
fraca a ideia da pessoa, mais ela vai querer esse “retorno” pra inflar o seu ego.
E.C.: Falando ainda
do público de vocês, recebem muitos feedbacks? Como está sendo a aceitação da
proposta de som de vocês?
Zargof: O nosso feedback é super positivo, os comentários
estão sendo unanimes em elogiar, então isso nos deixa muito feliz. Saber que um
desconhecido daqui ou de longe gostou verdadeiramente da sua música é muito
gratificante. Mas como eu mencionei, temos barreiras culturais, linguísticas e
de estilo que impede bandas de metal como a nossa de atingirem um público
massivo por aqui.
E.C.: Quais são os
planos de vocês para a sequência pós “Helios”, existe já algum material sendo
pensado, ou estão focados em divulgar mais este álbum...
Zargof: Já estamos pensando sim no próximo material, mas
primeiro queremos terminar de divulgar este melhor, enviar mais materiais,
ainda temos um longo caminho a percorrer. Queremos focar em tocar nos bons
festivais, ao mesmo tempo continuar produzindo vídeos e compondo novas músicas.
E.C: É inegável que
Minas Gerais vem crescendo em público, eventos e bandas dos vários estilos do
Metal. Vocês, sendo de Belo Horizonte, mostram que o material que vem sendo
produzido é de muita qualidade. Como é para vocês ajudarem a propagar ainda
mais o estilo que tocam no estado e também pelo país?
Zargof: Acho que a chave para a evolução da nossa cena é a
evolução da qualidade e do profissionalismo com que produzimos material. A
qualidade fonográfica deve ser uma meta, se queremos ter uma cena de respeito
no mundo. Penso que estudar e investir em equipamentos e novos métodos de
gravação é essencial para evoluirmos. Sempre primando em ser impecável.
E.C: Bom, queria
finalizar agradecendo a vocês por nos conceder a entrevista. Particularmente,
eu posso dizer que, com o apreciador do Black Metal e suas vertentes, vejo em vocês
qualidade suficiente para se equiparar com as bandas internacionais as quais
temos por parâmetro de qualidade. Então, quero também aproveitar para lhes
parabenizar pelo excelente trabalho. Gostaria que deixassem algumas palavras
para nossos leitores que, através desta matéria, podem conhecer Zargof um pouco
mais.
Zargof: Muito obrigado pela oportunidade! Com certeza nos
ajuda a atingir mais público por nos ajudar a divulgar. Gostaria que o leitor
que ainda não conhece a banda procurasse nosso material na internet, estamos no
facebook, no soundcloud, no bandcamp, youtube. Disponibilizamos todas as faixas
do álbum “Helios” para a audição. Então quem estiver interessado em ouvir não
vai ser difícil. Dedicamos aqueles que procuram música de qualidade. Um grande
abraço!
É isso aí pessoal,
o álbum “Hélios” está incrível, disponível para que possam conferir no Youtube.
Acessem, se inscrevam no canal oficial da banda, bem como nas contas oficiais
de redes sociais para continuarem a conferir os excelentes materiais
disponibilizados. Espero que tenham gostado.
Até a próxima!
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