31/08/2017
Entrevista: Hagbard (Brasil)
A entrevista desta semana é com a banda de folk metal mineira, Hagbard. A atual formação da banda conta com Igor Rhein (Vocal), Gabriel Soares (teclados/flautas/vocais), Danilo "Marreta" Souza (Guitarra), Tainá Bergamaschi (Guitarra), Rômulo "Sancho" Piovezana (Baixo /backing vocals) e Everton Moreira (Bateria). Nessa entrevista, a banda fala um pouco sobre o inicio da carreira, influências, gravações dos álbuns, a nova formação da banda e muito mais, confira a seguir:
EC - Primeiramente gostaria de agradecer por terem aceitado realizar novamente uma entrevista para o Elegia e Canto. Já se passaram 5 anos desde a primeira entrevista do Hagbard pro site, vocês poderiam relembrar como surgiu a ideia de formarem a banda? E o que mudou nesses últimos anos?
Somos nós quem agradecemos mais uma vez a oportunidade, salientando o prazer que é fazer parte desse crescimento constante do Elegia e Canto. A banda surgiu da vontade de tocar um estilo de música que até então era pouco conhecido aqui no Brasil. Muita coisa mudou desde a concepção da banda, algumas trocas de formação, fomos ganhando espaço com bastante esforço, mas a mudança mais notável nos últimos anos foram os 30 kg que o Tonton perdeu pra imediatamente serem encontrados no Sancho.
Somos nós quem agradecemos mais uma vez a oportunidade, salientando o prazer que é fazer parte desse crescimento constante do Elegia e Canto. A banda surgiu da vontade de tocar um estilo de música que até então era pouco conhecido aqui no Brasil. Muita coisa mudou desde a concepção da banda, algumas trocas de formação, fomos ganhando espaço com bastante esforço, mas a mudança mais notável nos últimos anos foram os 30 kg que o Tonton perdeu pra imediatamente serem encontrados no Sancho.
EC - Todos tem aquelas que marcaram suas vidas. Quais foram as bandas que foram fundamentais para decidirem que queriam seguir esse caminho árduo e difícil do metal? Elas influenciaram na sonoridade da Hagbard?
Cada um de nós tem um gosto musical mais peculiar que outro, e a gente poderia debater por horas qual banda é digna de nota e ainda assim não chegar num consenso. No entanto, algumas bandas seriam unanimidades; Ensiferum, Wintersun, DimmuBorgir e AmonAmarth nos agradam bastante. E por mais que seja o nosso principal objetivo ter uma sonoridade única e característica, sem sombra de dúvidas à influência das nossas bandas favoritas vão estar sempre palpáveis nas nossas músicas.
Foto promocional 2016 |
EC - Temos visto cada vez mais a realização de feiras e eventos medievais em diferentes cantos do Brasil. Paralelamente, percebemos o crescimento da "popularidade" do folk /viking metal no Brasil. Porque vocês decidiram tocar esse tipo de vertente do metal? E como vocês percebem esse cenário no país?
Estritamente por empatia musical. Por mais que a gente se esforce pra fugir desse rótulo, o impacto que bandas notoriamente dessa vertente do metal tiveram sobre nós, foram cruciais pra nos impelir a fazer nossas próprias músicas.
A gente percebe um cenário em ascensão, cada vez mais grandes festivais com temáticafolk, bandas do estilo surgindo, bandas conceituadas do exterior vindo ao Brasil e tudo isso acontecendo com um grande comparecimento do público.EC - Vocês poderiam falar um pouco das inspirações para escreverem as músicas da banda? Vocês se inspiram em fatos históricos ou buscam criar suas as próprias histórias?
Uma tendência nos nossos últimos trabalhos tem sido o tema de literatura fantástica, no caso fizemos até um EP com uma temática voltada exclusivamente para a obra mais popular de George Martim. Mas a verdade é que nós não nos limitamos nesse sentido, nossas músicas podem fluir tanto por esses universos pré-concebidos como por histórias que só existem naquela música.
EC - A banda lançou seu primeiro álbum o "Rise Of The Sea King" em 2013. Como foi o processo de composição do álbum? Ele conseguiu corresponder as expectativas de vocês?
O composição do primeiro CD foi feita por uma das primeiras formações da banda, abordando temas como folclore, “bebedeira” e batalhas. Acredito que podemos dizer que ele superou nossas expectativas. Ter o nosso primeiro álbum lançado na Rússia e distribuído na Europa, para posteriormente ser relançado no Brasil, foi extremamente positivo. Ficamos muito satisfeitos com a sua repercussão.
"Vortex to an iron age", segundo álbum do Hagbard. |
EC - Em 2016 a banda lançou o seu álbum o “Vortex to an Iron Age”. Vocês poderiam nos falar um pouco do conceito do álbum?
A nossa ideia para o conceito do Vortex foi a de transportar o ouvinte para uma outra Era, de inspirar a quem o escutasse valores como honra e orgulho. O álbum varia muito entre as músicas, tanto nas letras como melodicamente, mas a essência do que nos propomos a fazer pode ser sentida em cada uma das faixas.
EC - Esse ano a banda anunciou a entrada de uma segunda guitarrista a Tainá Bergamaschi. Quando sentiram a necessidade da entrada de um segundo guitarrista na banda? e como foi o processo de escolha da Tainá? Com essa nova formação vocês anunciaram a gravação de um novo EP o "Oneiric", poderiam falar mais sobre ele?
A gente nunca deixou de ter a necessidade de uma segunda guitarra, só que após a saída do Tiago, a ideia de colocar outra pessoa no seu lugar era praticamente inconcebível e achamos melhor tentar seguir com uma única guitarra.
Foi somente nesse ano, com esse ímpeto de gravar um novo material, que a gente decidiu por voltar as duas guitarras. A gente até chegou a conversa com alguns nomes aqui de Juiz de Fora, mas nenhum nos agradou tanto quanto uma amiga nanica do Tonton lá de Barbacena. A gente teve a felicidade de contar com a Tainá, que além de extremamente competente e talentosa, demonstrou total interesse e comprometimento com a banda desde o primeiro contato.
O EP já está tomando forma, estamos no processo de gravar algumas demos das músicas que achamos que podem entrar no material, pra posteriormente fazer algumas alterações e se tudo ocorrer bem, partir para o estúdio.
EC - Em 2010 vocês tocaram pela primeira vez em um festival realizado pela Sabazim Produções o "Lafaiete Metal fest", em 2013 tocaram novamente em Lafaiete desta vez na 13º terceira edição do "Rising Metal Fest". Agora em turnê de divulgação do álbum "Vortex to an Iron Age”, a banda retorna mais uma vez a cidade de Lafaiete para "Rising Metal Fest" que está na sua 16° edição. Como foi tocar nesses eventos, e quais são as expectativas para edição deste ano?
O Sabazinho é um lindo, maravilhoso que a gente ama muito. Sempre deu oportunidade pra banda e tratou a gente com extremo profissionalismo, ficamos sempre muito ansiosos pelos evento que ele produz. Vai ser um prazer inenarrável participar mais uma vez do Rising Metal e vamos com a confiança de um evento excelente, tanto para as bandas quanto para o público.
EC - Percebemos que a cada ano que passa, a banda vêm conquistando mais e mais o
seu merecido espaço no cenário do metal nacional, tocando em diversas cidades e festivais de Minas Gerais. Tocaram também pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro em 2016. E vão tocar pela primeira vez em Santa Catarina no festival Maniacs Metal Meeting 2017. Vocês poderiam falar um pouco dessas experiências na estrada? E quais expectativas para os próximos anos?
Divulgação: Maniacs Metal Meeting 2017 |
Tocar metal é complicado e quem faz parte desse underground sabe muito bem como é. Ao longo desses anos a gente já viajou muito pra tocar, e nem sempre pra uma experiência positiva, já entramos em muitas furadas. Porém o nosso esforço e dedicação tem compensado e cada vez mais oportunidades valorosas tem se apresentado. O Maniacs Metal Meeting é um claro exemplo disso, assim como os nossos últimos shows em Belo Horizonte e São Paulo. A nossa expectativa é que essas oportunidades continuem crescendo exponencialmente junto com a banda, o que de fato já vem ocorrendo.
EC - Novamente gostaria de agradecer pela realização da entrevista. Vocês poderiam deixar um mensagem para os nossos leitores?
Gostaríamos de agradecer a todos que tem nos apoiado, a gente ama muito vocês. E um abraço em especial para você que leu até o fim dessa entrevista, um beijo no seu coração. Como recompensa pela sua determinação, em qualquer show da Hagbard, vá até o nosso baixista Sancho e diga “A energia do Tonton é igual à do Dado Dolabela” que ele vai te pagar uma cachaça e beber contigo. E mais uma vez, obrigado pela importunidade.