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23/10/2017

RESENHA: Viçosa Metal Fest: Voltando com tudo

  Depois de um hiato de três anos, o Viçosa Metal Fest voltou a acontecer, para alegria dos bangers da Zona da Mata mineira. Reformulado, o evento não contou apenas com aquilo que tradicionalmente vemos em um festival do gênero. Desta vez a produção ousou bastante, colocando palco ao ar livre, dois stands de tatuagens (a tatuagem feita no saudoso André dias foi um evento à parte no festival que só os que estiveram presentes vão entender) além de uma área gastronômica de uma qualidade muito boa por sinal e vans saindo do centro de Viçosa até o sítio do Élcio, onde se realizava o evento.
 
Chegando ao local do evento, vimos que houve um pequeno atraso na parte técnica com relação ao som, algo que foi sanado de maneira eficaz pela organização, que soube lidar muito bem com os imprevistos ocorridos durante o festival. 

Tudo resolvido com relação a palco e som, a primeira banda a se apresentar foi a Degrador, de Paula Cândido (MG). Divulgando seu excelente EP Dead In Life, o power trio formado por José Augusto (vocais e baixo), Rone Damazya (guitarra) e Marcos Vinícios (bateria), demonstrou uma técnica e peso dignos de respeito. Abrindo com Arise In Chaos, fizeram o público levantar poeira (literalmente) com os riffs furiosos, baixo e bateria muito eficazes, além do da voz brutal de José Augusto. Também executaram War Is Hell, e Dead In Life, mantendo o pique do show d forma intensa. Além disso tocaram alguns covers do Sepultura, tanto da fase clássica como Territoty, Refus/ Resist e Troops of Doom como também da fase atual, como foi o caso de Kairos, do disco homônimo. Executaram ainda músicas que virão num futuro trabalho, além de terem repetido as músicas do Dead In Life, o que, poderia ter sido um ponto negativo, mas não foi, visto que como havia chegado mais gente no festival, o mosh ficou ainda mais intenso.
   
Vinda de Viçosa, a banda Stone Ass tocou diversos covers de stoner rock, o que, nitidamente agradou aqueles que são fãs do estilo. Sons como July, Antidote, Saturn III, The Wizard, Song For the Dead e Gardenia fizeram parte do selist dos caras.
  E eis que uma banda veterana sobe ao palco do V.M.F. Comemorando 27 anos de banda e prestes a lançar um DVD contando sua história os cariocas do Hicsos  já chegaram de forma imponente, com a Marcha Imperial de Star Wars como introdução e  as luzes do palco apagadas, mostraram a que vieram com Can’t Hang Terror. Formada atualmente por Marco Anvito (vocais e baixo), Marcelo Ledd (bateria) Celso Rossatto (guitarra) e Alexandre Carreiro (guitarra) a banda disparou pedradas thrash como Black Rain, Mirror Eyes, Technologic Pain, Face To Face e Eatin’ Concrete. É impressionante o entrosamento dos membros da banda, seja nos finais de músicas emendando em outra, seja durante o show propriamente dito, algo que só se consegue com anos de experiência e nenhuma escola além do palco ensina.Temas como drogas, política, violência, que são corriqueiros no Thrash Metal, aqui aparecem também, como nas músicas Suicide Illusion, Destruction, Horrospital (que versa sobre a péssima condição de muitos hospitais no Brasil), Money Becomes God e a clássica Pátria Amada, encerrando o set. Um fato a ser lembrado é que, logo na primeira música o pedal duplo de Marcelo Ledd havia  apresentado problemas e, rapidamente o baterista Thomás Martinoia, do Hatefulmurder emprestou o seu e o show seguiu assim, demonstrando que o underground é realmente um lugar de ajuda mútua.
 
  Seguindo, tivemos o headliner do festival, os cariocas do Hatefulmurder. Após uma rápida “intro” a banda formada por Renan Ribeiro (guitarra e backing vocals), Thomás Martinoia (bateria), Felipe Modesto (baixo) e Angelica Burns (vocais) chegou atacando com a pesada Riot. Era perceptível a surpresa de alguns com o vocal bastante agressivo de Angelica, dona de uma ótima técnica, a  moça conseguia fazer desde drives rasgados a guturais cavernosos, um espetáculo à parte. Sem perder o pique tocaram My Battle com seu refrão cantado por muitos, e Silence, emendando na faixa título do novo álbum Red Eyes, que também teve seu refrão cantado pela galera, ao mesmo tempo que o mosh comia solto de maneira insana. O entrosamento de todos da banda também é digno de nota, além dos ocasionais vocais limpos tanto de Renan quanto Felipe. Seguindo o setlist, mandaram porradas como Worshiers, Caught, Fear My Wrath  e Creature Of sorrow. Vale lembrar também o tradicional Wall Of Death incitado por angélica, um verdadeiro e delicioso espetáculo de destruição.
  
Enquanto se fazia a troca de palco,  os membros das bandas Hicsos e Hatefulmurder estavam no meio da galera, conversando com todos, tirando fotos e vendendo seu merchandising. Os integrantes de ambas as bandas foram bastante atenciosos com todo mundo, algo corriqueiro quando se fala em underground mas que sempre é bom lembrar.
 
Encerrando o festival tivemos a banda Dracón, de Muriaé, que tocou covers variados de bandas como Iron Maiden, Metallica, Angra, e etc.
 
Enfim, o saldo foi positivo, a organização do evento mandou muito bem,  e este foi um excelente retorno de um dos melhores festivais da Zona da Mata mineira e  já fiamos com vontade de mais.



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