14/12/2017

2007: O ano do Symphonic Metal - Parte II

Por: Daniela Godinho
    
Mas porque afirmar, que o ano de 2007 foi o ano do Symphonic Metal? Bem, eu percebi que durante esse ano, as principais bandas do gênero lançara álbuns novos, seja aquelas bandas que lançaram até hoje, o melhor álbum da carreira, ou bandas que estavam lançando o seu debut, ou bandas nas quais, eram os últimos álbuns pelas quais suas vocalistas originais participavam. Sendo assim afirmo, 2007 foi o ano mais importante para o Symphonic Metal, e como fã do gênero não poderia deixar de falar sobre esses álbuns que marcaram a minha vida, e imagino que a vida de muitos de vocês. Para isso, eu elenquei os 15 principais álbuns lançados naquele ano para o Symphonic Metal, e pretendo falar um pouquinho sobre cada um deles, nessa série especial aqui no site em três partes. Não vou eleger qual é o melhor ou pior, afinal acredito que todos esses álbuns são importantíssimos para o gênero, vamos aos próximos quatro álbuns: 
(Veja a primeira parte AQUI)


Nightwish - Dark Passion Play



Lançamento: 26 de setembro de 2007
País: Finlândia
Membros: Anette Olzon (Vocal), Tuomas Holopainen (Teclado), Emppu Vuorinen (Guitarra), Marco Hietala (Baixo e Vocal) e Jukka Nevalainen (Bateria). 



  O primeiro álbum do Nightwish, após a saída da Tarja Turunen é marcado por dividir opiniões dos fãs da banda, polêmicas que não veem ao caso desta matéria. Particularmente conheci o Nightwish com a Anette, fazendo parte daquela nova geração de fãs, por isso guardo muito carinho pelo Dark Passion Play. Uma coisa que é unanime em relação a esse álbum, é o quesito sonoridade, pois era até então, o mais sinfônico da banda, para isso a Orquestra Filarmônica de Londres foi chamada, para repedir a parceria de sucesso como no álbum Once. O álbum resultou em um trabalho único na discografia da banda, Anette mostrou sua identidade própria, deixando sua marca e personalidade nas canções, resultando em álbum melódico e cheio de emoção, percebemos isso principalmente nas interpretações das  canções Eva e Meadows of Heaven. E apesar de toda rejeição que a Anette sofreou todos esses anos que esteve ao lado do Nightwish, Dark Passion Play é inegavelmente um dos maiores sucessos da carreira da banda, para exemplificar o álbum foi indicado, em 2007, à duas categorias do Metal Storm Awards: Melhor Álbum de Metal e Maior Surpresa do Ano, tendo vencido a última. No ano seguinte, venceu as categorias Álbum do Ano e Álbum de Metal do Ano no Emma Awards. Tendo sido álbum de Ouro na Alemanha, Áustria, Polônia e Suécia;Platina quádrupla na Finlândia.
   Algumas músicas merecem destaque começando com a melhor música do álbum, e talvez da história do Nightwish, The Poet and The Pendulum uma musica verdadeiramente épica, com os seus quase 14 minutos de duração, apresentando todo o potencial de Anette, a música conta uma história de seu final até o seu inicio nos contemplando com uma explosão de sentimentos durante esta viajem musical. Vamos agora para o single que até hoje é indispensável nos shows Amaranth, ela foi listado pela conceituada revista Billboard em 25º lugar na lista dos 100 singles mais vendidos na Europa em 2007, o que faz dele o single de maior sucesso do Nightwish internacionalmente. The Islander foi composta por Marco Hietala, originalmente para ser uma música de sua outra banda o Tarot, contudo a canção entrou para o DPP o que criou pela primeira vez nos shows ao vivo uma atmosfera acústica e intimista nas apresentações da banda, sendo o Marco o voz principal da canção. E por último a canção que encerra o álbum com chave de outro Meadows of Heaven a segunda maior música do álbum, também é grandiosa pela sua genialidade, o seu trabalho em um perfeito conjunto harmônico entre a orquestra, a guitarra do Emppu, a belíssima performance da Anette e a presença de um coral gospel, encerram um dos melhores álbuns da história do symphonic metal. 



Kamelot - Ghost Opera



Lançamento: 4 de junho de 2007
País: Estados Unidos da América 
Membros: Roy Khan (Vocal), Thomas Youngblood (Guitarra), Glenn Barry (Baixo), Casey Grillo (Bateria) e Oliver Palotai (Teclado). 

  Kamelot marcou seu nome no metal através do power metal, contudo Ghost Opera marca o inicio de uma nova fase da carreira da banda. O que poderia ser somente a evolução do aclamado The Black Halo, vai muito além. Ghost Opera, pode ser um álbum difícil de ser digerido pelos tradicionais fãs da fase power metal, pois neste álbum, que reconheço ser o meu preferido do Kamelot, a banda apresenta um som que flerta em alguns momentos com o gothic metal, climas mais sombrios em conjunto dos vocais do Roy, que estão simplesmente magníficos, densos, obscuros em muitos momentos. Longe de simples sintetizadores, que simulam orquestrações, nesse álbum vemos a bela união de arranjos orquestrais de maneira que nos remete, em muitos momentos, a música clássica. Classificam esse álbum de muitas maneiras... mas para mim, este é um dos melhores álbuns de symphonic metal, Kamelot ampliou seu horizontes, explorou novas sonoridades, sem ser massivo ou repetitivo. Ao terminarmos de escutar Ghost Opera, já queremos ouvir novamente, musicalmente falando destaque para Oliver, que neste álbum seus teclados ganharam um mais espaço, dando um toque todo especial as músicas. Os vocais femininos presentes no álbum ficam a cargo da brilhante Amanda Sommervile.  
  Algumas musicas que merecem destaque, começando com a música título Ghost Opera, logo nos primeiros segundos somos levados pela sinfonia contagiante desta canção, que melhor utiliza os violinos em todo o álbum. Blucher  têm o clima mais diferente do álbum, Roy em algumas partes faz uma "voz robótica", contudo as sinfonia em conjunto da voz da encantadora Amanda Sommervile fazem, está ser uma das melhores músicas. Logo em seguida começa Love you to death, a música mais sombria do álbum, os fãs mais fieis os power metal estranharam essa mudança, mas uma música de amor, trágica e melancólica, e esta aqui porque é a minha preferida (desculpem mas nesses posts não consigo ser imparcial, com álbuns que tenho tanto amor). E encerrando o álbum  Eden Echo, com sua lindíssima introdução de piano, temos o final perfeito para uma obra prima do Kamelot.



Sirenia - Nine Destinies and a Downfall
 

Lançamento: 23 de fevereiro de 2007
País: Noruega
Membros: Morten Veland (Vocal, Guitarra, Baixo, Teclado, Programação), Monika Pedersen (Vocal) e Jonathan A. Perez (Bateria) 


  Um dos álbuns mais criticados de 2007, e da carreira do Sirenia em geral. Nine Destinies and a Dawnfall é o terceiro álbum da banda, se os dois primeiros trabalhos percebemos a influência direta do Tristania nas composições de Morten, esse álbum marca a mudança na sonoridade da banda, que se seguiu pelos trabalhos feitos com Ailyn nos vocais. Morten buscou nesse trabalho se desvincular do seu passado, criando a sua própria versão para o gothic metal, o resultado foi um álbum com elementos sinfônicos muito mais diretos, com tons suaves góticos, com fortes presença dos corais em todo álbum (em algumas músicas os corais são realmente massantes e desnecessários). Monika Pedersen, deferentemente da maioria das vocalistas do gênero naquela época, não utilizou de vocais operísticos nas canções, contudo isso não prejudicou a execução de um belo trabalho diferenciado, não concordo com as acusações que ela tenha um "vocal pop", pois na proposta musical na qual o Morten havia proposto ela cumpriu bem o seu papel com sua doce voz. 
  Algumas músicas merecem o seu devido destaque, começando com Sundown a música mais pesada de todo o álbum, e onde temos a maior participação do Morten nos vocais, sinceramente acho que a maior falha do álbum, são as poucas participações do Morten ao cantar, particularmente minha música preferida do álbum. Seguimos com The Other Side um dos maiores single da banda, eu mesma conheci o Sirenia com o clipe desta música que tem o poder de permanecer em nossa mente por muito tempo. Seven keys and nine doors nessa canção temos a combinação PERFEITA dos corais com o vocal da Monika, se encaixando muitíssimo bem, sendo completadas pelos vocais limpos do Morten. E por último a balada do álbum, Glades of summer, por ser uma música mais lenta, ela foge do padrão estabelecido nas outras canções ao longo do álbum, sendo assim uma feliz surpresa.  




XANDRIA -SALOMÉ
 

Lançamento: 25 de maio de 2007
País: Alemanha 
Formação: Lisa Middelhauve (vocall), Marco Heubaum (Guitarra) guitarra, Philip Restemeier (guitarra), Nils Middelhauve (baixo), Gerit Lamm (bateria). 

  Em 2007, o Xandria lançava seu quarto álbum "Salomé - The Seventh Veil", o último com a Lisa Middelhauvecomo vocalista da banda. Assim como o seu antecessor “Índia”, o álbum "Salomé - The Seventh Veil" manteve sua sonoridade inspirada em elementos orientais, claro que nada comparado com o que as bandas de folk metal iriam realizar nos anos que seguiram. A banda confirmou na lançamento estar inspirado na história bíblica de Salomé para composição do mesmo, contudo a temática não está presente em todo o álbum. Muita coisa mudou no "mundo do metal sinfônico" nesses últimos dez anos, o próprio Xandria mudou muito nesse tempo, hoje em dia, é até difícil associar os atuais trabalhos da banda aos seus primeiros anos de carreira. Mas aos antigos fãs fica aquele gostinho de nostalgia, e para os novos fãs do Xandria vale muito a pena conhecer os antigos trabalhos da banda, é como uma viajem ao tempo de uma banda que não existe mais, pelo menos não nesse formato. 
  Algumas músicas que merecem destaque, o álbum já começa com o primeiro single do álbum, Save my life, a música que mais utiliza o piano no álbum, podemos hoje em dia chamar de uma das músicas mais famosas da banda. Vampire vêm logo em seguida, com peso das guitarras, podemos ver a versatilidade da Lisa, e porque ela  trazia todo um diferencial para a banda comparada a outras do mesmo gênero. The Wind And The Ocean é o que podemos chamar de a balada do álbum. Podemos perceber toda doçura de voz quase angelical da Lisa combinada perfeitamente com a melodia. E para destacar uma última canção, para mim a melhor do álbum, é Sisters Of The Light, uma mistura de elementos orientais e eletrônicos, a canção e diferente de tudo já feito na discografia do Xandria, não somente até aquele ano de 2007, mas até hoje.  



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