22/01/2018

ENTREVISTA: Marcela Bovio


A entrevista exclusiva desta semana é com a cantora mexicana Marcela Bovio. Mundialmente conhecida por ter feito parte da banda de symphonic prog metal "Stream of Passion",  Marcela lançou seu primeiro álbum solo "Unprecedent" em 2016. Falamos um pouco de sua trajetória musical, confiram a seguir: 

EC: Primeiramente gostaria de lhe agradecer Marcela, por aceitar realizar a entrevista para o Elegia e Canto, eu fico realmente feliz, pois acompanho o seu trabalho há muitos anos. Como foi o seu primeiro contato com a música? E quando você percebeu que queria viver de música?
Marcela: Olá, eu que agradeço 😊. Meu primeiro contato com a música foi quando tinha 5 anos, meus pais me inscreveram em uma escola de música nessa idade, onde estudei flauta, canto, ritmo e muitas coisas. Desde esse momento a musica se converteu em algo muito importante para mim.

EC:  Enquanto ainda morava no México você teve algumas bandas, sendo a Elfonía a de maior destaque. O que você recorda desse momento da sua carreira? E quais as maiores dificuldades ou diferenças de se ter uma banda no México para ter uma banda na Holanda? 
Marcela: Tenho muitas recordações lindas dessas épocas: o fazer música sem limites com bons amigos 😊. No México as coisas são as vezes mais difíceis. As distâncias, por exemplo. Organizar uma turnê é muito mais complicado, porque as cidades grandes estão muito mais distantes do que na Europa. No México há menos apoios governamentais para o setor cultural; na holanda isso está um pouco melhor. Por outro lado a competição e o nível são muito mais altos na Europa, isso é bom, mas é mais difícil se destacar.

Durante turnê com o Stream of Passion em 2009
EC: O Stream of Passion foi sem dúvidas um marco na sua trajetória. Aproveito a oportunidade para dizer que “Passion” e “Nostalgia” são duas músicas extremamente lindas, e sempre vou amá-las! Como foi trabalhar, nos primeiros anos da banda, com o Arjen Lucassen? e depois como foi seguir liderando a banda?
Marcela: Muito obrigada! Para mim foi um sonho que se tornou realidade, poder trabalhar com Arjen desde que me convidou a cantar em " The Human Equation", e poder escrever um disco com ele foi uma honra gigantesca. Aprendi muitas coisas sobre ele e suas experiências.
Quando ele saiu da banda a verdade é que foi um momento difícil, já que eu sabia que teria que dar um passo adiante e tomar frente das composições. Porém superar esse momento me deu muita força e segurança, e seguir adiante com a nova formação foi um desafio muito lindo.

EC: O violino é um instrumento que muito me encanta, é acho que ele era uma das principais diferenças na sonoridade do Stream of Passion para as outras bandas do gênero. Como surgiu o seu interesse por esse instrumento?
Marcela: Sempre me encantou, desde criança estive em classes de musica. Naquela época tive um pouco de medo de estudar violino, porque me parecia um instrumento muito difícil de dominar...mas em minha adolescência comecei a estudar finalmente.

EC: O DVD “Memento” foi uma linda recordação aos fãs do Stream of Passion, com muitas passagens emocionantes.  Porque vocês decidiram encerrar as suas atividades? Para você como foi terminar esse ciclo da sua vida?
Marcela: Pois foi uma decisão difícil, mas estamos convencidos de que a banda havia atingido seu ponto culminante, e que com ela alcançamos tudo o que poderíamos ter alcançado. Como somos pessoas muito ambiciosos decidimos buscar outros projetos.
Depois de anunciar nossa separação tivemos um período de concertos muito lindos, foi quase  um ano de experiencias lindas das quais desfrutamos muito com os fãs. O último concerto foi muito lindo mas também muito triste, é difícil dizer adeus a algo que cultivou durante tanto tempo.

Foto de divulgação do DVD Memento de 2016

EC:  Em 2016, você esteve no Brasil ao lado do The Gentle Storm para um show em São Paulo. E eu estava lá na platéia desse lindo show. Bem, como foi participar novamente de um projeto com o Arjen, dessa vez ao lado da aclamada Anneke van Gierbergen? E quais as suas recordações da sua passagem com The Gentle Storm pelo Brasil?
Marcela:  Isso foi para mim outro sonho realizado! Sou fã de Anneke desde muitos anos, e foi lindíssimo poder colaborar com ela.

EC: Também em 2006, você lançou o seu primeiro álbum solo intitulado “Unprecedented”, onde podemos ver outro lado de seu trabalho, e pudemos ter o conhecimento de sua capacidade vocal que vai muito além do metal, em um trabalho voltado para música clássica. Você sempre sentiu vontade de fazer um trabalho assim?
Marcela: Não realmente. Sempre tive vontade de fazer um disco solo, mas nunca pude decidir por um gênero, já que gostava de coisas diferentes. Porém ao surgir a ideia de fazer um disco com um quarteto me emocionei tanto, que as canções começaram a surgir como do nada. Me dei conta que minhas raízes na música clássica são muito fortes.

Show de lançamento do álbum "Unprecedented"
EC:  “Unprecedented” foi gravado em conjunto do Quarteto Dudok e com produção de Joost van den Broek, famoso por trabalhar com grandes bandas do metal Holandês. Esse era um formato novo para você, certo? Como foi a experiência de gravação desse álbum?
Marcela: Completamente diferente do que havia feito ate o momento. Esse disco conseguimos todo ao vivo, todos ao mesmo tempo, isso é muito difícil, já que se alguém comete algum erro tem que recomeçar. É uma forma muito exigente de trabalhar, mas por sua vez é muito linda já que se captura precisamente o que se passa nesse momento.

EC:  Você participou do segundo álbum de estúdio da banda MaYan o “Antagonise”, de 2014, e esteve participando das apresentações ao da banda desde então. Ano passado você foi anunciada como um membro efetivo da banda. Essa é uma maneira de você continuar a trabalhar com metal, como você se sentiu entrando oficialmente na banda? Vocês estão trabalhando em um novo álbum?  
Marcela: Estou muito feliz de ser membro oficial da banda, efetivamente porque me permite seguir, também no metal, também porque todos os membros do grupo são excelentes pessoas e convivemos muito bem juntos. Estou colaborando bastantemente nas canções do novo disco, o qual vai ser muito interessante creio eu.

EC:  – Quais são os seus planos para o 2018, poderia dividir alguma novidade conosco? E nos, fãs brasileiros, estamos ansiosos pelo seu retorno ao Brasil, podemos esperar alguns concertos do álbum “Unprecedented” ou a passagem do MaYan pelo nosso país nesse ano?
Marcela: Ainda não temos planos concretos, mas espero que sim. Me apaixonei por São Paulo e sua gente quando estivemos por lá com The Gentle Storm, morro de vontade de voltar 😊. 

EC: Novamente gostaria de lhe agradecer por conceder a entrevista ao Elegia e Canto. Você poderia deixar uma mensagem aos seus fãs no Brasil e aos nossos leitores?
Marcela: Simplesmente mandar uma saudação e milhões de obrigada por seu apoio. Espero de todo coração que possamos nos ver muito em breve em um concerto xx. 


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