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30/09/2025

Azeroth mira o Brasil com álbum em inglês


foto-azeroth-crédito-divulgação


Azeroth: A conexão profunda com o Brasil e o novo capítulo em inglês com Trails of Destiny


Se você acompanha o cenário do power metal latino-americano, é bem provável que já tenha ouvido o nome Azeroth. A banda argentina, com quase três décadas de estrada, é uma das mais respeitadas do estilo na América do Sul e agora está prestes a lançar a versão física de Trails of Destiny, seu primeiro álbum completamente em inglês, que chega ao Brasil pelas mãos da Voice Music. Mas o que torna esse lançamento ainda mais especial é a forte e antiga conexão da banda com o público brasileiro.


Quer saber o que faz do Azeroth uma peça tão importante na cena power metal latina, relembrar sua história, suas influências e entender por que o Brasil sempre teve um lugar cativo no coração da banda?

É isso que Você vai ficar por dentro agora


De Buenos Aires para o mundo (e para o Brasil)



O Azeroth nasceu oficialmente em 1995, fundado pelo baixista Fernando Ricciardulli. Desde o começo, o projeto foi pensado para soar grandioso, com uma proposta musical inspirada nas maiores escolas do power metal europeu pense em nomes como Helloween, Blind Guardian e Stratovarius. E o curioso é que essa paixão pelo som europeu acabou encontrando reflexos também no Brasil, que vinha formando sua própria identidade dentro do heavy metal, com nomes como Viper, Angra e Sepultura.


Lançado em 2000, o primeiro álbum da banda, autointitulado Azeroth, já mostrava o potencial de um grupo que não queria ser apenas “mais um”. Produzido por ninguém menos que Charlie Bauerfeind, conhecido por trabalhar com ícones do metal melódico o disco contou com vocais convidados de lendas argentinas como Adrián Barilari (Rata Blanca) e Christian Bertoncelli. A turnê de divulgação foi intensa: quase 50 shows, cruzando Argentina e Uruguai, incluindo apresentações ao lado de nomes gigantes como Helloween e Nightwish.


Mas o ponto que queremos destacar aqui é outro: o laço que a banda começou a construir com o Brasil logo no início de sua trajetória.


A descoberta do metal brasileiro e o impacto do Viper


A relação entre o Azeroth e o Brasil não é apenas geográfica é emocional, afetiva e musical. Segundo Ricciardulli, sua introdução ao metal brasileiro aconteceu de forma quase mágica, lá em 1988, quando ele tinha apenas 13 anos. 


Eu já ouvia Iron Maiden e procurava algo com a mesma vibe. Um dia, entrei numa loja de discos perto de casa e vi a capa de Soldiers of Sunrise, do Viper. Aquilo me marcou de um jeito que nunca esqueci”, conta o baixista.


Esse encontro foi apenas o começo. A admiração de Ricciardulli por bandas brasileiras só cresceu ao longo dos anos. Nos anos 90, foi a vez do Ratos de Porão chamar atenção, especialmente com o álbum Brasil, que o músico considera “espetacular até hoje”. Depois veio a fase de ouro do Sepultura, que conquistou o planeta com uma mistura única de thrash, tribalismo e crítica social. E claro, o Angra, que não só influenciou musicalmente o Azeroth, como também dividiu o palco com a banda em diversas oportunidades.


Você também foi impactado por esses discos clássicos?

 Qual deles te marcou mais?


“Prelude to Oblivion”: o cover que selou o respeito

Uma das maiores provas do carinho do Azeroth pela música brasileira veio em forma de homenagem: a regravação da faixa "Prelude to Oblivion", do Viper. Para Ricciardulli, essa música tem um significado especial. 

“É uma das minhas favoritas da banda. Acho que "Theatre of Fate" foi um divisor de águas para o metal sul-americano. Foi ali que vimos que dava para competir de igual pra igual com qualquer produção europeia”, explica o músico.


O cover aparece como faixa bônus na nova versão do álbum "Trails of Destiny"e não é apenas um aceno nostálgico. É uma forma de reafirmar a importância do Viper e do metal brasileiro na formação musical do Azeroth.


Ignacio Rodriguez: a alma brasileira do vocalista


O atual vocalista da banda, Ignacio Rodriguez, também tem uma história interessante com o Brasil. Desde criança, ele ouvia artistas de música folclórica brasileira ao lado dos pais. Mas tudo mudou mesmo quando conheceu o Sepultura.

 “Foi um choque. Aquilo mudou minha vida. Depois veio o Angra, e pronto, me apaixonei pelo Brasil”, revela.


Essa paixão foi tão longe que Ignacio estudou história e dicção em português, visita o país com frequência e até tem um lugar favorito: Porto de Galinhas, em Pernambuco, para onde viaja todos os anos. “Amo o povo, a cultura, a natureza. Tocar no Brasil foi mágico. Não há palavras para descrever o que vivi aí”, diz.


Novo álbum em inglês: Trails of Destiny


Lançado originalmente como "Senderos del Destino" em 2022, o disco foi um dos trabalhos mais elogiados do Azeroth até hoje. Agora, com uma nova roupagem, letras em inglês e distribuição internacional, Trails of Destiny busca abrir novos caminhos sem esquecer das raízes.

O álbum traz tudo o que os fãs de power metal esperam: vocais dramáticos, solos melódicos, teclados grandiosos e uma bateria pulsante. Mas há também espaço para momentos mais introspectivos e pesados, o que mostra a maturidade da banda. E como cereja do bolo, temos a participação de Fabio Lione (Rhapsody, Angra, Kamelot) na faixa-título, o que só reforça a conexão internacional da banda.


Tracklist oficial:

1. Hands of Fate
2. Trails of Destiny (feat. Fabio Lione)
3. The Last Journey
4. Left Behind
5. Aenigmas
6. Urd
7. Ancient Trail
8. Exiled

Faixas bônus:

- The Promise (Revisited)
- Prelude to Oblivion (Viper cover)


O que você achou da nova versão das faixas? 

Qual delas te surpreendeu?


Retorno aos palcos e os próximos passos


Desde que retornou com força total em 2017, o Azeroth vem colecionando apresentações importantes. A formação atual, com Rodriguez nos vocais, Pablo Gamarra e David Zambrana nas guitarras, Daniel Esquivel na bateria e Leonardo Miceli nos teclados, parece ter dado uma nova vida à banda. A turnê de Senderos del Destino durou mais de dois anos e passou por palcos ao lado de Blind Guardian, Dragonforce, Tarja Turunen e Angra.


Agora, com o lançamento físico de Trails of Destiny, o grupo já se prepara para uma nova turnê em 2026 e os fãs brasileiros estão no radar. Será que vamos ter Azeroth em solo nacional novamente? 

Os músicos torcem para que sim. 

“Tocar no Brasil é sempre uma experiência única. A energia do público é algo que não se esquece”, diz Ricciardulli.


Curiosidades que talvez você não sabia sobre o Azeroth

 • O nome Azeroth é uma referência ao universo de fantasia, o mesmo nome aparece no universo do game World of Warcraft, embora a banda tenha surgido antes da popularização do jogo.

 • O primeiro álbum da banda foi mixado na Alemanha, com um dos produtores mais importantes do power metal.

 • O vocalista Ignacio Rodriguez começou como guitarrista e só depois passou a se dedicar exclusivamente aos vocais, após a entrada de David Zambrana.

 • A banda já participou de tributos para o Rata Blanca e possui versões especiais em espanhol e inglês de várias músicas.


E aí, fã de metal: você já deu o play no novo álbum do Azeroth?


Se ainda não ouviu, vale muito a pena conferir Trails of Destiny. E se já conhece o trabalho da banda, compartilha com a gente:


- Qual faixa mais te chamou atenção?

- O que achou da versão em inglês?

- Você gostaria de ver o Azeroth no Brasil em 2026?





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