15/06/2008

POESIA: Caos, idealizações e catarse

por  Non Omnis Moriar

"Gênese do Caos"

Como quebrar a resistência de um mundo estúpido
se todos os seres estão condenados a hipocrisia, e
todos vivem tolamente crendo acreditar em alguma coisa
que é eterna. Mas se algo é eterno e porque nunca existiu...
O que não existe não pode morrer, de fato.

É na obscuridade dos pensamentos que revelamos quem somos
e é no "instinto" moral que mora o inexorável erro
de viver imaginando que há um sentido na existência
e que cada homem é um semi-deus que está
para muito além do perecer característico das coisas.

II
"Caos"

Desperta, criança! Desperta e vê como é tudo cinza,
olha e voa como o solitário Condor das rapinas
para descobrir que você não existe nesse universo
caótico que é pai de todos os seres (não)viventes.
Abra os olhos e tente montar o infinito quebra-cabeça
feito de todos os fragmentos do Nada em um lugar
Vazio
Repleto de desespero. É preciso fugir mas não há onde
é preciso esquecer o que nunca foi pensado e não se deixar
levar pelo medíocre conformismo que é fruto de algo chamado
Amor


III
"Gênese das idealizações"

Os astros caem em minha alma infundindo o Platônico
sentimento gerador da certeza de que há algo maior que eu mesmo
fazendo-me crer na eternidade que existe dentro do milésimo
de um segundo irrecuperável que me aturde durante
toda minha vida. Sem sentido seria tudo se eu não pudesse
lembrar de que dentro de mim existe um universo de boas
coisas sobre o comando de um cérebro que fere-sem-ferir
e me arrebata para o paraíso invisível de Amar a simplicidade
da vida presente nos olhos de uma outra pessoa.Danço
num abismo sem fim e a única coisa que busco aprimorar é a capacidade
de sentir intensamente o insensível e o não-real que é
verdadeiro graças a fé dedicada a ele.

IV
"Idealizações"

Nada é real sem sentimento, é preciso sentir antes de pensar
para que a razão sentimental possa ser expressa, trazendo
ao campo da alma deleite e júbilo em um lugar outrora repleto de
Nada
Pode existir sem o acalento de um olhar passional de alguém
que me faz crer que também esse alguém não pode viver sem
o olhar passional dos olhos de minha alma. Como?Para quê?
Por quê quanto mais sentimos mais temos a certeza de que falta
alguma coisa?Nasce uma ânsia forte de colocar para fora
tudo que há dentro de dentro dos milésimos irrecuperáveis
eternizados dentro de uma alma em tremor que gera
Ruínas
que só servem para certificar a necessidade de expurgação
de sentimentos confusos e de tudo que não sei o que é
que mora dentro de um espírito... Que não sei se é espírito.
É preciso...Ninguém sabe o que é preciso. 

V
"Cathársis" 

A decepção é conseqüência da vida, mas nunca irei acostumar-me
com esse ciclo maldito e sem sentido que só faz aumentar
essa ânsia que é qual ânsia de bêbado que não consegue vomitar
por ter o estômago vazio. É tudo vazio, e mesmo assim
tento expurgar essa dor que é anestesiada num olhar de terceiro
que se torna primeiro quando está ao meu lado. Vão
como o passar do tempo é a necessidade de arrancar lascas
de carne de meu peito com minhas próprias unhas e lançá-las
na cara de todos os cegos estúpidos que estão aplaudindo
uma peça interpretada apenas com movimentos - peça sem som
e insípida e infinita por nunca ter começado -. Em desespero
tento quebrar a estúpida resistência do mundo, mas me calo
entre multidões de surdos e me perco ao encontrar o Caos.
Onde estão os olhos passionais? Onde estão?
Enganei-me ao pensar que meu "ser" era agradável a alguém...
Alguém não existe! É tudo fruto da desafortunada mente humana
que não sabe o que é preciso. É preciso morrer mas não morro
ao atirar contra minha cabeça,apenas retorno ao Caos primitivo
causado pelas idealizações causadas pelo Caos primitivo.
A solução está escrita em algum lugar, mas não sei onde e nem sei ler.
Preciso vomitar... Mas tenho o estômago Vazio. 

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