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28/09/2013

RESENHA: Rock 'n Rio 2013


O festival rock in rio agitou a capital carioca no mês de setembro, com quase cem horas de apresentações musicais, que marcaram os mais inúmeros e diversos expectadores presentes – ou não – ao evento.
O rock in rio causa admiração a começar pela grande estrutura que possui. Além dos palcos mundo (principal) e sunset (secundário), havia, no local, uma inúmera quantidade de lojas, estabelecimentos alimentares, street dance e a rock street. Esta última, aliás, teve a sua temática inspirada na Irlanda e na Grã-Betanha, simulando, respectivamente, os bairros Grafton Street e Camden Town, com inúmeros artistas de rua, lojas e bares temáticos, além de uma programação musical própria daqueles países. Certamente, a rock street foi um atrativo para os curiosos e, igualmente, para aqueles que buscavam descanso entre os intervalos dos shows.

Aliás, vários foram os shows que rolaram nos dois palcos pelos sete dias de evento, embalando multidões adeptas aos mais diversos estilos musicais. A seguir, o Elegia e Canto traz um resumo dos principais shows por nós acompanhado nos dias 14, 19, 20 e 22 de setembro na cidade do rock.

The Offspring – assim que chegamos para ver o show da banda, percebemos uma super lotação no palco sunset para conferir o show da banda – algo somente voltara a ocorrer no show do Helloween. Pouco antes de o show começar, combinávamos quem iria ou não entrar no mosh. Mas os gritos de “ya ya ya ya ya” que introduziram a música All I Want, que abriu o show, simplesmente gerou moshes que engoliram a todos. A banda comportara-se de forma extremamente enérgica durante a apresentação. Clássicos como Come Out and Play, Why Don’t You Get a Job? The Kids Aren’t Alright e Self Esteem foram cantados de forma marcante pela plateia. Ao fim do show, ouve ainda a participação do eterno Marky Ramone, que acompanhou a banda nas músicas California Sun e R.A.M.O.N.E.S.

Muse – A escalação da banda para ser Headline pode ter causado estranheza no público nacional, mas não é algo incomum ao histórico da banda, em especial na Europa. Aqueles que desconheciam o trabalho da banda e estão abertos a ouvir novos sons certamente souberam apreciar o som da banda. Definir o seu estilo é uma tarefa difícil, já que a versatilidade musical da banda é grande, variando desde o progressivo, com riffs criativos e únicos, até a uma pegada eletrônica, mas sempre com o pé no bom e velho rock and roll. O grande apego dos fãs a banda se deve, ainda, à linha vocal de Matthew Bellamy. Sucessos como Supremassive Black Hole, Hysteria e Plug In Baby estavam presentes no repertório. Além disso, músicas do último álbum “The 2nd Law”, como Supremacy (que abriu o show), Madness e Panic Station agitaram extremamente o público, que demonstrou estar antenado aos lançamentos da banda. Em Starlight houve o ápice da apresentação, quando o vocalista desceu até o público, cantando com os fãs.

Sebastian Bach – carinhosamente chamado pelo público de Tião ao longo da apresentação, o músico não decepcionou, bem como a banda que lhe dava suporte. O show foi aberto com “slave to the grind”, do Skid Row, seguida por “kick And Screaming” de sua carreira solo. “Tião”, na apresentação, mudou sabiamente o nome da música American Metalhead para Brasilian Metalhead, pedindo em português para que todo mundo pulasse. Alternando entre músicas de sua carreira solo e aquelas da fase Skid Row, além de mostrar algumas reboladas ao longo do show, Sebastian animou o público presente no palco sunset. O ápice da apresentação ocorreu nas músicas 18 and Life e I Remember You, que foram cantadas em alto tom pela plateia.

Rob Zombie – Embora o horário de sua apresentação não tenha ajudado muito, pois grande parte da plateia já tinha se dirigido para o palco mundo, Rob Zombie fez um show extremamente enérgico. A própria preparação do músico não poderia gerar outro resultado que não esse. A começar, pelo palco. Rob levou dois telões extras ao palco, onde foram exibidas animações e imagens que contribuíram para a imagem do show, além do figurino dele e de sua banda. Grande parte das músicas executadas no show pertencem ao álbum Hellbilly Deluxe” – o primeiro de sua carreira solo. O destaque da apresentação ficou por parte das músicas More Human Than Human e Thunder Kiss 65 – ambas do antigo grupo White Zombie.

Alice In Chains – a banda, que lançou disco novo em 2013, mostra ter uma capacidade incrível de não apenas se manter presente entre os fãs, mas, igualmente, de não sobreviver apenas graças a materiais passados. O vocalista William DuVal acrescentou – e muito – na sonoridade da banda. O show foi iniciado com as músicas Them Bones, Dam That River e a nova Hollow. Estiveram também presentes no set da banda os sucessos Man In The Box, Nutshel e Would, que empolgaram os fãs que esperavam ansiosamente a banda no rock in rio.

Metallica – Você já deve saber que antes da música “One” haverá uma queima de fogos no palco; ou que James, após tocar “Nothing Else Matters”, ajoelhará com sua guitarra, mostrará a palheta com o escrito Metallica e em seguida iniciará “Enter Sandman”; ou, ainda, que ao fim da execução de “The Memory Remais” haverá um coro entre banda e plateia. Mas, mesmo sem o fator surpresa, a banda não deixa de impressionar ao vivo. A começar pelo palco, muito bem construído pelo grande telão e pelo “segundo andar” que permite aos integrantes melhor explorar o espaço disponível para executar as músicas e interagir com os fãs. Aliás, este último elemento é um grande triunfo da banda – o destaque vai para James Hatfield, que, além da simpatia, possui uma extrema capacidade de comunicação com os fãs. Não houve um momento em que o show ficasse apenas morno. E o atraso de mais de 20 minutos foi simplesmente esquecido quando a introdução “The Ecstasy Of Gold” começou a soar. E vários clássicos foram executados. Ao fim, enquanto os presentes pediam a tradicional música de encerramento “Seek And Destroy”, James brincava, gesticulando que tem que pegar seu carro e ir embora para poder dormir, arrancando gargalhadas da plateia. Um ótimo show.

Nickelback – Não podemos negar que é uma banda que, a princípio, causa desconfiança por ser comercial e por ter diversas baladas. Contudo, ao vivo, e em especial nas músicas de peso, que ganham todo o seu brilho na excelente voz de Chad Kroeger, é que a banda mostra sim que possui uma grande qualidade, a começar pelas agitadas Animals e Something In Your Mouth. Em seguida, foram apresentadas as baladas “Photograph” e “Far Away”, cantadas intensamente pelos presentes – aliás o show inteiro foi bem intenso na platéia. Estavam também no set as consagradas, clássicas e da fase inicial da banda as músicas “Too Bad” e “How You Remind Me”. Contribuiu para a excelente apresentação a interação do vocalista com a platéia.

Bon Jovi – apesar dos desfalques do baterista e do guitarrista da formação principal, a banda mostra que na execução de seus clássicos sabe ainda – e muito – agitar e emocionar o público, ainda que a primeira metade do show, composta por musicas mais recentes, tenha se mostrado um pouco morno. Bad Medicine, Runaway, It’s My life, além de outros clássicos, embalaram a multidão. Um dos destaques do show, além da música Always – pedida pelo público após a execução do encore – foi sem dúvida o beijo de uma fã no cantor durante a execução da música “Who Says You Can’t Go Home”.
Helloween – Foi, sem grande dúvida outro show que ultrapassou os limites do palco sunset – e que muitos questionaram o porque de não estarem presentes no palco mundo, uma vez que são músicos competentes e extremamente consagrados no mundo do rock. A apresentação foi extremamente técnica e enérgica, sendo iniciada pela música “Eagle Fly Free”. “Waiting for the Thunder”, do álbum mais recente da banda, foi cantada pelos presentes, que mostraram estarem atentos aos lançamentos do grupo. Em “Live Now”, também do novo álbum, Andi Deris dividiu o público para cantar o refrão, mostrando não apenas a sua presença de palco, mas também sua grande simpatia. Clássicos como “Power” e “I Want Out” agitaram os presentes. Ao fim da apresentação, fomos agraciados com a participação de Kai Hansen, um dos fundadores do Helloween.

Slayer – Já com a música de abertura “World Painted Blood”, a banda mostrou a agressividade de seus riffs, que empolgou o público e gerou o inicio de inúmeros moshs. “Hate Worldwide”, apesar de ser um trabalho mais recente da banda, conta com a tradicional pegada da década de 80, o que apenas continuou a agitação vista nos bangers e presente até o final do show. Jeff Hanneman, finado guitarrista, foi homenageado nos telões da cidade do rock. A apresentação terminou com os clássicos “South of Heaven”, “Raining Blood” “Angel of Death”. Com todos os elementos, apesar do peso da banda, não se pode negar a grande emoção que o show propiciou.
Avenged Sevenfold – com o dificil papel de ser a banda antes do Iron Maiden, enfrentando a ansiedade daqueles que estavam ansiosos para ver um dos maiores ícones do rock, o A7X não decepcionou, apresentando um show coeso, bem estruturado, com um ótimo palco e sem os exageros ou exibicionismos. O destaque, sem dúvidas, vai para as músicas já consagradas Bat Country, Afterlife, Beast and The Harlot e Nightmare – a mais cantada da noite. Hail To The King – single do novo álbum da banda, foi muito bem recepcionada pelo público presente.

Iron Maiden – os ingleses não decepcionaram no encerramento do Rock In Rio 2013. Apesar de os fãs também já possuírem certas expectativas em relação aos shows, tal como ocorre com o Metallica (fato este agravado pois, segundo o site setlist.fm, o Iron não alterou nenhuma das 17 músicas na atual turnê), não há como não ser contagiado ou ficar impressionado com a perfomance da banda, que fez uma releitura do álbum “Seventh Son of a Seventh Son”. O início do show se deu com as músicas “Moonchild” e “Can I Play With Madness”, que já ganhou a plateia, arrancando gritos dos mais exaltados. Fogos de artifício, fumaça, além da constante troca de fundo do cenário também foram ricos elementos utilizados no espetáculo proporcionado pela banda. Em “Run to The Hills”, o famoso mascote Eddie deu as caras, sendo personagem marcante nas apresentações da banda. Outro clichê presente, mas sempre esperado pelos brasileiros, são os tradicionais gritos ”scream for me Rio de Janeiro e “Scream for me Brazil”, entoados pelo vocalista Bruce Dickinson. Aliás, ele é uma autoridade também no que diz respeito à presença de palco e interação com os fãs. Quanto ao que interessa – música – clássicos como The Number Of The Beast, The Trooper e Fear of The Dark não ficaram de fora.

Apesar de todo o cansaço para se assistir à maratona dos shows, sem dúvida é um evento que, pela grandiosidade, vale a pena conferir. O Rock In Rio proporciona uma experiência única, digna dos maiores festivais de música do mundo, ainda que não seja totalmente imune às críticas. Até 2015!.

por Diogo N. Maciel

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