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12/06/2017

Aeternam - Ruins of Empires: uma viagem mística ao Oriente Médio


Membros: Achraf Loudiy (vocais e guitarra), Antoine Guertin (bateria, percussão e samples), Maxime Boucher (baixo) Maxime Legault (guitarra)
Gênero: Symphonic / Middle-eastern Folk / Melodic Death Metal
Ano: 2017
País: Canadá

Aeternam é uma banda canadense de fama moderada e uma discografia curta. Contudo, desde o seu debut em 2010, tem se mostrado promissora dentro do Death Metal, com uma riffagem dinâmica e um approach “cinematográfico” que soa instantaneamente aprazível para os apreciadores de vertentes mais melódicas dentro do gênero. É notável o ascendente apuramento técnico e criativo apresentado pela banda a cada novo álbum. Em seu primeiro rebento, Disciples of the Unseen, fomos apresentados a um som mais cru, ainda a procura de uma certa peculiaridade, porém já de asas prontas para alçar seu voo. No seguinte, Moongod, de 2012, vimos uma banda já muito mais segura, que sabe exatamente aonde quer ir com sua música. Este Ruins of Empires, é mais semelhante ao anterior nesse quesito. Não subverte o que vínhamos conhecendo até aqui, porém eleva tudo o que se construiu a uma potência muito maior. Tudo soa mais rico, mais bombástico. Aeternam outra vez se mostra hábil em transportar o ouvinte a antigas e desoladas paisagens desérticas do Oriente, com composições que jamais deixam de exibir frescor e evitam cair em repetições. Estas, inclusive, beneficiadas por onipresentes passagens sinfônicas, aqui muito mais pungentes do que em seus antecessores, e que remetem à estrutura melódica tradicional da música árabe. Além disso, há também a presença pontual de uma percussão em alguns interlúdios e linhas cantadas em coro que jamais permitem que a audição se torne morosa e ainda fazem perdurar um clima “Mil e Uma Noites” ao longo de todos os seus pouco mais de 43 minutos. O vocalista Achraf Loudiy continua competente ao alternar entre guturais e voz limpa. É possível notar, a propósito, que seu canto limpo tem aqui mais presença do que nos trabalhos anteriores, ainda que, sob o tratamento de estúdio, acabe perdendo, em alguns momentos, parte de sua organicidade em relação ao todo. 


Da esquerda para a direita: Antoine, M. Boucher, Achraf (em primeiro plano) e M. Legault

No entanto, o momento mais particular de Ruins of Empires é sua quarta faixa, “The Keeper of Shangri-La” com o qual a banda nos brinda, pela primeira vez em sua carreira, com um instrumental que remete à música asiática. A escolha da primeira faixa, "Damascus Gate", como single também é acertada e marca a carreira da banda como sendo o seu primeiro vídeo oficial lançado. Destaco também a última e mais longa faixa, “Zadyin Arga”, que encerra o disco de maneira magistral apresentando uma síntese do que de melhor nos foi mostrado antes: abre com uma voz suave sobre um prólogo contido, vem então a repentina e enérgica entrada das guitarras, palavras urradas e cantadas com vigor, embaladas por uma sinfonia retumbante e urgente, dando forma a melodias que são soam nada menos do que épicas. Se este álbum fosse uma lâmpada mágica, certamente sairia dele um Djinn simultaneamente belo e ameaçador.



Faixas:
1. Damascus Gate
2. Paropamisadae
3. Sun Shield
4. The Keeper of Shangri-La
5. Fallen is the Simulacrum of Bel
6. Colossus
7. Nightfall on Numidia
8. Praetor of Mercury
9. Zadyin Arga

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