Olá, pessoal! Eu sou a Vivian, a vocalista da banda!

EC: Echoes é um álbum de estreia muito maduro e intenso. Como foi o processo de transformar as primeiras experimentações em um trabalho tão sólido e conceitual?

VIVIAN: Trabalhamos muito no som e na vibração que queríamos expressar como banda. Escrevemos vários riffs diferentes, analisamos cada um (o clima, o ritmo, a emoção) para que o resultado fosse excelente, com a grande ajuda de Richard Meiz, que produziu o álbum. Foi uma honra trabalhar com ele. Estávamos como filhotes perdidos em um mundo enorme, e graças a ele conseguimos enxergar uma direção clara. As letras de cada música também são uma parte importante do processo. Com o Sam, quis escrever algo que pudesse atingir as pessoas profundamente, cada emoção que sentimos no nosso dia a dia. Queríamos dizer às pessoas: “Ei! Você não está sozinho nessa luta interna, estamos aqui por você! Podemos enfrentar essa merda da vida juntos!” Echoes é simplesmente o resultado da nossa natureza autêntica. Queremos mostrar ainda mais no futuro fiquem ligados!

EC: A colaboração com Richard Meiz (Lacuna Coil) na produção e com Daniele Salomone na mixagem/masterização trouxe um peso enorme ao disco. Qual foi a maior contribuição deles para o som final?

VIVIAN:Os conselhos do Richard foram fundamentais para chegarmos à versão final que vocês têm a oportunidade de ouvir. Ele nos ajudou muito a entender qual caminho seguir e como alcançar um produto final em nível profissional. Não poderíamos ter tido uma pessoa melhor como produtor para o nosso primeiro álbum! Sem falar no Daniele, o trabalho dele na mixagem e masterização superou completamente nossas expectativas. Nunca imaginamos que conseguiríamos gravar um álbum de estreia tão bem! Como experiência vocal, sou muito grata a eles pela paciência durante as gravações  foram três dias intensos, e a cada faixa concluída era como cruzar a linha de chegada depois de uma maratona. Mas definitivamente foi divertido. O esforço e a alma que todos colocamos neste álbum valeram a pena. Estamos muito satisfeitos, e queremos que o próximo disco seja a prova do crescimento que tivemos desde esse primeiro passo.

EC: A faixa “The Circle” fala sobre ação e consequência, a ideia de que “tudo o que vai, volta”. Como você conecta essa filosofia ao estado atual da sociedade?

VIVIAN: O que você deseja, o que pensa e o que faz na vida tem um retorno em tudo que acontece dentro e fora de você  é uma lei universal, e percebemos esse padrão em qualquer contexto da nossa existência. A pergunta que quero fazer é: como você se comporta ao ter consciência disso? Sempre me perguntei por que tantos eventos no mundo acontecem e com base em que critérios alguém decide agir, aceitando as consequências especialmente quando são devastadoras. Gostaria de convidar todos a tomarem consciência disso. Parece óbvio, mas para muitas pessoas não é. Acho isso especialmente importante porque vivemos em uma sociedade que se move rápido demais: há mil distrações enquanto o planeta está pegando fogo, e nossa vida cotidiana já não nos leva a olhar para dentro e criar algo. Há uma correria total, e tudo acontece escorrendo por entre nossos dedos.

EC: Muitas músicas do álbum (“Blind Idols”, “Firewall”, “Digital Aftermath”) tratam de temas como tecnologia, controle e manipulação. Você vê Echoes como um alerta para a era digital?

VIVIAN: Echoes está abrindo nossos olhos para um modo de vida que não conseguimos controlar. Não pretende ser um alerta, até porque tudo já está acontecendo diante dos nossos olhos, no presente, constantemente. Queremos que seja mais um convite à conscientização, a nos perguntarmos o que podemos fazer para viver e não apenas sobreviver, para sermos criadores e não peões à mercê do fútil. Não somos contra a tecnologia, mas as pessoas precisam se perguntar o que podem fazer para usá-la da forma mais saudável e, principalmente, mais humana possível. É fácil se perder, e o primeiro passo para permanecer desperto começa dentro de nós mesmos.

EC: O som da Noumenia mistura groove, peso e atmosferas densas. Quais foram as maiores influências musicais para alcançar esse equilíbrio?

VIVIAN: Nosso som atual é uma mistura de influências do que mais ouvimos e do que mais gostamos de tocar. Cada um de nós coloca um pouco de si nisso e este é o resultado. Nunca vamos parar de evoluir, isso é certo. A parte vocal é extremamente pessoal, eu não sou técnica; prefiro trabalhar o aspecto emocional.

EC: Vencer o Alcolicontest (2023) foi um marco na trajetória da banda. Como essa vitória impactou a confiança de vocês para lançar Echoes?

VIVIAN: Tocar no palco do Centrale Rock Pub, em Erba, nos deu a chance de receber um feedback positivo e a energia para continuar e nos dedicarmos ao caminho que estamos trilhando.

EC: O público europeu está começando a descobrir a Noumenia. Quais são os próximos passos em termos de turnês e festivais?

VIVIAN:Temos em mente a ideia de fazer turnês pela Europa estamos apenas no começo. No momento, ainda não temos informações concretas, mas com certeza atualizaremos tudo nas nossas redes sociais! Mal podemos esperar para sermos ouvidos ao vivo fora da Itália e levar até vocês a energia característica da Noumenia!

EC: Vocês exploram raiva, desespero e escuridão, mas também empatia, esperança e espiritualidade. Qual é a mensagem central que gostariam que os fãs levassem de Echoes?

VIVIAN: Com Echoes, queremos lembrar aos ouvintes que é importante abraçar suas sombras, mesmo que possa ser assustador encarar certos estados mentais. Mas justamente porque somos feitos de luz e sombra, é essencial aceitar completamente o que nos torna quem somos, em 360 graus. Mais do que isso: vivemos, muitas vezes, à mercê de um mundo que nos leva a desligar e viver desconectados do que sentimos, do que amamos, do que realmente nos faz vivos. Fico triste em ver pessoas se movendo por inércia, evitando sua verdadeira natureza para tentar se encaixar em um modelo de vida imposto. Fomos feitos para estar conectados uns aos outros, e à natureza ao nosso redor e o oposto está acontecendo. Quaisquer que sejam as crenças de cada um, todos estamos navegando no mesmo barco: a vida atual nesta era.  E é justamente a conexão, em todos os seus aspectos, que quero estabelecer com quem nos ouve e com quem ainda nos ouvirá no futuro. Seja qual for a mensagem que chegue até você através da nossa música, abrace-a, faça dela algo seu.

EC: Para terminar, gostaria de deixar uma mensagem especial para os fãs que acompanham a banda e para aqueles que estão conhecendo vocês agora através desta entrevista aqui no Brasil, para o site Elegia e Canto?

VIVIAN: Pessoal, seja qual for o seu caminho, seja qual for o seu sentimento, queremos compartilhar com vocês nossa paixão, nosso ser porque é importante para nós estarmos presentes tanto na dor quanto nas alegrias do presente, e na esperança de um dia brilhante para todos nós. Desejo a todos uma boa audição  até breve!

A entrevista com Vivian revela uma banda apaixonada, consciente e em constante evolução. Noumenia não apenas entrega um álbum com peso e técnica, mas uma obra que busca conexão verdadeira e reflexão profunda sobre a vida e o mundo ao nosso redor. 

Para quem busca uma experiência musical que transcende o som e convida à reflexão, Echoes é um convite irrecusável. 

Seguiremos atentos aos próximos passos dessa promissora banda italiana, que promete ainda mais intensidade e autenticidade nas próximas jornadas. Até lá, fica o convite para que você ouça, sinta e se conecte com a Noumenia.