13/06/2007
POESIA: Agonia da Barata
por Max Silva Costa
Pobre bicho nojento e desengonçado
Mais uma vítima das piretrinas e dos piretróides
Agora louco,trôpego e envenenado
Seis patas em passos nada ritmados
Cada vez mais longe,não enxerga a vida
Vá se juntar a outros pobres coitados,
Que como você não acharam lugar nesse mundo,
E foram ceifados por um chinelo ou um sapato
Só resta-te a morte insignificante moribundo!
Arraste-se e escolha entre as opções,
Vai morrer no azulejo frio do banheiro
Ou tem forças pra esconder-se entre os colchões?
Deus presenteou-te com asas
Grande oportunidade pra ir longe
Mas você preferiu limitar-se a invadir casas.
Seres humanos se matam sem pensar,
O que esperava que fizéssemos com voce?
Aqui não é lugar pra você se arrastar.
Agora está aí em trajetórias circulares,
Talvez já se convenceu que chegou a hora
Despede-se baderneira dos lares!
Levante as patas e submeta-se,o fim é certo.
Vou jogar-te ali no canto,
E aguarde as formigas pobre inseto.